maio 26, 2009

prato que se come frio é insosso

Aprendi que não se muda pela simples intenção de mudar, é preciso mais que força de vontade, é preciso muita pertinácia;
Não se esquece alguém porque se quer esquecê-lo, o sentimento, seja o nome que se dê quando se está quase vazio, só vai embora quando finalmente chegou ao fim. O esquecimento ainda não é o fim, esquecer é apenas deixar cair... e demora... é como se fosse na gravidade da lua...
É o tempo sobre o tempo, a vida que segue que permitirá enfim transformá-lo num vácuo; não ter nada a ver. Ao estranhá-lo verdadeiramente eu poderia me sentir livre.
E enfim a vingança, eu sei por que já vivi, como prato que se come frio, completamente insosso, não tem nenhuma graça... é apenas lembrança de um tempo desperdiçado.
Eu preciso apagá-lo de mim, que seja névoa-nada... preciso que não haja mais nenhum sinal do vapor barato que não sabe ser amado.

maio 05, 2009

Uma história romântica

Eu sei uma história de amor, uma história romântica. Sobre um morador de rua que lavava carros na Enseado do Suá. Ele se apaixonou por uma bancária. Ela passava e ele se declarava, sobre como ela era linda e mexia com o coraçãozinho dele.... Isso todo dia, ela paciente, condescendente as vezes sorria, sempre conversava com ele. Todo dia ele esperava ela entrar e sair do trabalho e se declarava...
Então ele sumiu, nos primeiros dias ela se deu conta e ficou na dela. Uma semana foi demais, ela saiu perguntando por ele e ninguém sabia dele nas imediações nem em outras paragens aonde ele poderia estar. Ela mesma saiu procurando pelos terrenos da Enseada do Suá (Vitória, ES) e achou ele morto de frio há quase uma semana num terreno baldio. Ela fez o enterro dele.
Ele não teve uma vida nada digna mas um enterro de um homem que foi amado.